Volume de pesca na Lagoa de Araruama cresce 26%, aponta pesquisa da UVA em parceria com a Prolagos

Cidade com maior volume de pescados em 2023 foi São Pedro da Aldeia

O volume de peixes e crustáceos capturados na Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, cresceu 26% entre março e dezembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. O total de massa pescada no período saltou de 263 toneladas para 332 toneladas. Os dados são do projeto Estatística Pesqueira da Lagoa de Araruama, desenvolvido pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), em parceria com a Prolagos.

“Enquanto muitas lagoas e lagunas do Brasil registram declínio na atividade pesqueira devido à sobrepesca e à degradação ambiental, na Lagoa de Araruama a produtividade foi recuperada e se mantém. Esse cenário é reflexo do aumento da eficiência do sistema de coleta e tratamento dos efluentes associado à criação Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João, que efetivaram a antecipação dos investimentos em saneamento”, destaca o professor Eduardo Pimenta, coordenador do projeto e do Grupo de Estudos da Pesca da UVA.

As quatro espécies mais representativas no período analisado em 2023 foram camarão-rosa, com cerca de 126 toneladas pescadas (+126% em relação a 2022); tainha, com 95 toneladas (+121%); carapeba, com 69 toneladas (+6%); e perumbeba, com 27 toneladas (-70%).

A cidade com maior volume de pescados em 2023 foi São Pedro da Aldeia, com cerca de 136 toneladas, um crescimento de 22% em relação ao período anterior. Cabo Frio, a segunda maior em volume, registrou um crescimento de 81%, chegando a 107 toneladas. Em Arraial do Cabo, o total de peixes e crustáceos capturados foi de aproximadamente 46 toneladas no ano passado, uma queda de 12%. Iguaba Grande contabilizou 43 toneladas, um aumento de 6% em comparação ao mesmo período de 2022.

“Hoje, mais de 90% do esgoto da região, que antes era lançado diretamente na Lagoa de Araruama e praias oceânicas, é coletado, sendo sua totalidade tratado. Os investimentos que permitiram a recuperação da laguna passam pelas nossas sete estações de tratamento e pelos 38 km de cinturão coletor de esgoto que construímos no entorno dela e os 26 km que estamos implantando. Essas ações ajudaram a vida lagunar voltar a florescer e duas praias lagunares, Ubás, em Iguaba Grande, e Pedras de Sapiatiba, em São Pedro da Aldeia, serem certificadas com a Bandeira Azul, movimentando a economia de quem vive desse cartão-postal”, comenta Pedro Augusto Freitas, diretor-presidente da Prolagos.

Segundo o coordenador da UVA, a melhoria das condições hídricas da laguna, com mais de 85% da balneabilidade em boas ou ótimas condições, trouxe de volta produção pesqueira, esportes náuticos e turismo. “Cada vez mais, a ciência demonstra a importância da natureza para nossa saúde, riqueza, alimentação e segurança. À medida que compreendemos melhor nossa dependência aos sistemas naturais, fica claro que a Lagoa de Araruama não é apenas um ambiente agradável de se ter, mas, sim, um componente fundamental para a economia da região”, completa Pimenta.

Os pesquisadores avaliam que, para cada emprego a bordo de uma embarcação na Lagoa de Araruama, são gerados quatro outros postos de trabalhos indiretos por meio de prestação de serviços dos setores de elétrica, eletrônica, reparo, construção naval, venta de apetrechos, mecânica, gelo e transporte. Estima-se ainda que a atividade pesqueira na região movimente cerca de R$ 3 milhões por ano na primeira venda de pescado e beneficie diretamente 1.200 famílias, segundo dados das Associações e Colônias de Pescadores da região.

Fonte: Folha dos Lagos

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Theo Vieira
Pós graduado em História do Brasil pela Universidade Candido Mendes e Graduado em Comunicação Social, com habilitação para Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida. Atua como jornalista e apresentador dos programas “Super Manhã” de Segunda a Sexta das 5h às 07h e o “Sabadão da Nossa Rádio”, todos os Sábados de 09h ao meio dia, pela Nossa Rádio 88,7 fm.