A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), uma operação para apurar supostas práticas criminosas relacionadas à compra de votos nas últimas eleições municipais. A ação ocorreu em municípios da Região dos Lagos, incluindo São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, e teve como um dos alvos o vereador Jackson Souza, figura polêmica da Câmara aldeense.
Segundo fontes ligadas à operação, há indícios de irregularidades graves envolvendo o parlamentar, que estaria ligado a um episódio de tentativa de coação eleitoral, quando um eleitor foi orientado a fotografar a urna eletrônica prática ilegal segundo a legislação eleitoral brasileira. Apesar da justificativa apresentada pela assessoria de que o envolvido não seria um cabo eleitoral direto, o fato do vereador estar diretamente vinculado ao caso levanta sérias dúvidas sobre a lisura de sua campanha.
Jackson Souza, que tem tentado se promover como “campeão da transparência” e “opositor firme” ao governo municipal, agora se vê no centro de uma investigação federal. Mesmo tendo entregado seus celulares e senhas aos agentes algo que sua equipe tenta apresentar como “colaboração espontânea” a verdade é que a presença da PF na residência de um parlamentar revela a gravidade das suspeitas que pesam contra ele.
Enquanto tenta manter sua imagem de fiscal do Executivo, o vereador precisará agora prestar contas à Justiça sobre o que realmente aconteceu durante sua campanha eleitoral. A operação também reacende o debate sobre o uso indevido da estrutura pública para fins eleitorais e coloca sob holofotes os métodos de políticos que se dizem “éticos”, mas acabam protagonizando capítulos constrangedores como este.
A população de São Pedro da Aldeia, que confiou seu voto esperando mudança e honestidade, agora aguarda explicações convincentes e, mais do que isso, resultados das investigações que possam punir, exemplarmente, eventuais práticas criminosas.