O dólar comercial fechou na cotação mais alta desde maio de 2020, no segundo maior valor nominal da história.
A cotação do dólar explodiu por causa de uma combinação de fatores externos e internos. No Brasil, é o equilíbrio fiscal que está em jogo.
Os investidores esperam com ansiedade medidas de corte de gastos do governo mas, sem a sinalização de uma data ou detalhes que indiquem que as mudanças serão estruturais, a expectativa virou temor. Os investidores, então, correram para o porto-seguro que é a moeda americana.
Lá fora, as eleições nos Estados Unidos alimentam a tensão nos mercados. Uma eventual vitória de Donald Trump pode mexer com o fluxo do comércio mundial, já que o plano de governo dele prevê aumento das tarifas de importação.
Tudo isso tem provocado uma escalada do dólar, que nesta sexta-feira, atingiu o ápice: R$5, 86, a maior cotação desde maio de 2020, em plena pandemia. No ano, a alta acumulada é de quase 21%.
“Há muitas dúvidas a respeito da capacidade do governo federal entregar as reformas que já estão demorando na ótica do mercado, e se espera que haja uma resolução disso”, diz o economista, André Perfeito.
“Mas, para além disso, temos a perspectiva de uma eleição nos Estados Unidos. Então, isso tudo em conjunto gerou esse movimento e esse câmbio em torno do patamar de R$5,80, R$5,90, que parece ter se tornado um novo patamar efetivamente”, completa o especialista.