Era final dos anos da década de 1960 e Tim Maia ainda não havia conseguido acompanhar os sucessos dos amigos da adolescência Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Benjor. Sebastião (Tim) Rodrigues Maia morava nos Estados Unidos, onde foi preso por várias vezes e acabou sendo deportado para o Brasil. De volta ao solo brasileiro, Tim chegou a passar frio e fome nas ruas de São Paulo. Até que 1969, foi morar de favor na casa de dois amigos no Rio de Janeiro, o cantor Fábio e o empresário Glauco Timóteo. Tim dormia em um sofá desconfortável, que ele mesmo apelidou de “dromedário”. Os amigos de Tim já tinham uma vida de sucesso, enquanto Tim tentava sem sucesso seguir carreira. Nesse cenário, os amigos de Tim Maia viviam cercados de mulheres bonitas, enquanto Tim, por causa da obesidade dele, vivia na solidão e sonhava com as mulheres dos amigos.
No dia que os amigos foram viajar para um show no Nordeste, Tim deixou o “dromedário” e foi dormir na cama de Glauco. No quarto, um poster chamou a atenção de Tim Maia. Nele havia uma morena vistosa e nua em frente ao mar do Haiti. Naquele momento, veio a inspiração e Tim escreveu:
“Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho tanto pra contar, dizer que aprendi.
Que na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri”. Assim surgindo a música “Azul da Cor do Mar”. Quando os amigos Fábio e Glauco ouviram a música, disseram: “Mano, você fez a música da sua vida!”.
Após indicação dos Mutantes e de Erasmo Carlos, a gravadora Philips contratou Tim Maia sem ter ouvido nenhuma música dele.
Em 1970 a música estourou e foi um dos maiores sucessos de Tim Maia, confirmando a letra da música que diz:
“Mas, quem sofre sempre tem que procurar
pelo menos vir achar, razão para viver.
Ver na vida algum motivo pra sonhar, ter um sonho todo azul, azul da cor do mar”.
As músicas que deixam saudades, você ouve na Nossa Rádio 102.5 FM.
