MPF aciona Justiça para retirada de cabras e recuperação da Ilha Feia, ponto famoso de mergulho em Búzios

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação na Justiça para obrigar o município de Búzios, o governo do Rio e o Ibama a removerem as cabras que vivem ilegalmente há décadas na Ilha Feia — um dos destinos mais procurados por mergulhadores iniciantes na região dos Lagos — e a recuperarem a área degradada.

A ilha, conhecida pelas águas cristalinas e pela vida marinha que atrai snorkelers e embarcações de passeio, sofre com a presença dos animais, que causam destruição de vegetação, erosão, compactação do solo e prejudicam a reprodução de aves, incluindo o papagaio-do-mangue, espécie ameaçada.

Ação pede remoção em 60 dias e plano de recuperação

Na ação, o Ministério Público solicita uma decisão urgente para que os três entes realizem, em até 60 dias, a captura e a retirada total das cabras, com técnicas que preservem os animais. O pedido inclui o envio das cabras para entidades aptas ao recebimento e a elaboração de relatórios técnicos detalhando danos, medidas de reparação e cronograma de execução.

O órgão também quer que a recuperação ambiental seja concluída em até 180 dias e que haja monitoramento anual da ilha para evitar a volta de animais introduzidos irregularmente.

Segundo o MPF, a presença das cabras altera diretamente o ecossistema da ilha, que é área de Mata Atlântica e considerada patrimônio nacional. Pareceres do Ibama reforçam que manter os animais ali representa risco de perda de biodiversidade e acelera a degradação do remanescente de floresta.

Santuário natural de Búzios está ameaçado

Apesar do nome, a Ilha Feia é considerada um refúgio ecológico e cartão-postal para quem visita Búzios. O local abriga vegetação preservada, aves marinhas e grande diversidade de peixes e crustáceos, além de ser parada obrigatória para mergulho e snorkeling.

O MPF alerta que, sem intervenção, parte desse patrimônio natural pode ser perdida. Mesmo com laudos que recomendam a remoção urgente, nenhum dos órgãos responsáveis tomou medidas concretas.

O município chegou a alegar limitações técnicas e sustentou que haveria um “equilíbrio ambiental aparente”, tese já descartada pelos especialistas.

Por Tempo Real

Compartilhar

WhatsApp
Facebook
Telegram
Email

Deixe um comentário

Theo Vieira
Pós graduado em História do Brasil pela Universidade Candido Mendes e Graduado em Comunicação Social, com habilitação para Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida. Atua como jornalista e apresentador dos programas “Super Manhã” de Segunda a Sexta das 5h às 07h e o “Sabadão da Nossa Rádio”, todos os Sábados de 09h ao meio dia, pela Nossa Rádio FM.