Um projeto iniciado em 2023 promete transformar a realidade de centenas de pescadores da Região dos Lagos: a obtenção do selo de Indicação Geográfica (IG) para a tainha pescada na Lagoa de Araruama. A iniciativa busca o reconhecimento oficial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que atestaria a procedência e as características únicas do peixe capturado na maior lagoa hipersalina do mundo.
A proposta parte de um conhecimento antigo entre moradores e pescadores da região: o sabor e a textura da tainha da Lagoa de Araruama são incomparáveis. Agora, o desafio é comprovar cientificamente esse diferencial. A alta salinidade da lagoa, superior a do mar, é apontada como principal responsável pelas qualidades sensoriais distintas do peixe.
O projeto contempla diversas etapas, como o mapeamento da área de pesca, análises laboratoriais da água e do pescado, além da organização social dos pescadores. A iniciativa conta com o apoio de instituições como Embrapa, Sebrae, FAPERJ, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e prefeituras municipais da região.
Além de valorizar o produto, o selo de IG traria benefícios diretos para cerca de 600 famílias que dependem da pesca na lagoa. A expectativa é que o reconhecimento gere novas oportunidades de comercialização, aumente a renda dos pescadores e atraia consumidores e restaurantes interessados em produtos de qualidade e origem garantida.
Outro diferencial do projeto é o investimento na rastreabilidade do pescado. A proposta prevê o uso de QR Codes que permitirão ao consumidor acessar informações sobre a origem da tainha, como local e data da captura, promovendo maior transparência e confiança no produto.