Parece que o clima já azedou entre o Sepe Lagos, Sindicato dos Profissionais da Educação de Cabo Frio, com a Secretaria de Educação do município.
De acordo com a publicação oficial do Sindicato dos Profissionais de Educação, a direção colegiada do Sepe Lagos comunica a todos os profissionais da educação de Cabo Frio a retirada de seus representantes da comissão de acompanhamento do Processo Seletivo Simplificado (PSS) da Secretaria Municipal de Educação (Seme). A decisão foi tomada após uma reunião emergencial marcada pelo secretário Alfredo Gonçalves (Republicanos) nesta manhã. O ponto central da crise foi a convocação de candidatos antes da conclusão das etapas previstas no edital.
Desde o dia 3 de janeiro, o sindicato vinha solicitando uma audiência urgente para discutir as demandas dos profissionais da educação, mas até então não obteve retorno do atual secretário. Mesmo integrando a comissão para garantir transparência no processo, o Sepe tem constatado atrasos injustificados na análise da documentação dos inscritos por parte da Seme. Com a proximidade do início do ano letivo, previsto para 10 de fevereiro, a secretaria anunciou na “reunião emergencial” de hoje que descumprirá o edital ao convocar candidatos sem aguardar a conclusão da etapa de recursos. Diante das reações contrárias de integrantes da comissão de acompanhamento do PSS, o secretário Alfredo Gonçalves encerrou abruptamente a videoconferência, ignorando os representantes dos trabalhadores.
“O Sepe não compactua com irregularidade, falta de transparência e injustiça. O desrespeito com os trabalhadores é inaceitável”, declarou a professora Denize Alvarenga, da coordenação da entidade. A decisão da Seme reflete a negligência da gestão municipal com a educação, que já enfrenta condições precárias de trabalho e remuneração, além de enorme ansiedade entre os profissionais devido à indefinição da convocação de concursados e contratados.
Outro ponto preocupante é a estagnação salarial da categoria, que enfrenta mais de 2 anos sem recomposição de seu poder aquisitivo, que vem sendo corroído pela inflação. A política de “reajuste zero” persiste no atual governo, não há isonomia salarial entre contratados e concursados, e as terceirizações irregulares e com valores superfaturados impostas pela ex-prefeita Magdala Furtado e o ex-secretário de educação Rogério Jorge continuam intocadas pela atual administração municipal. A Seme também descumpre a legislação ao ignorar o reajuste do Piso Salarial Nacional do Magistério.