Na semana passada, após a repercussão da minha coluna “Inclusão não se faz pela metade”,
o prefeito de Cabo Frio fez uma visita à Casa Azul, instituição voltada ao atendimento de pessoas
com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Fico feliz que o tema da inclusão que eu me propus a discutir esteja finalmente chamando
atenção do governo. Isso mostra que o debate é necessário e que, quando a sociedade cobra, o
poder público reage. Mas também é preciso dizer, com toda a clareza: inclusão não é foto, é
compromisso.
Visitar uma instituição é importante, mas o que o povo espera é transparência, planejamento
e resultado. Não basta fazer uma visita, é preciso explicar o que será feito, quais políticas serão
ampliadas e quando todas as pessoas com deficiência terão o mesmo olhar do poder público.
Até agora, não houve qualquer divulgação sobre:
quais medidas práticas sairão dessa visita;
se há recursos destinados à causa;
se o governo vai apresentar um plano municipal de inclusão que contemple também as
deficiências física, visual, auditiva e intelectual.
A inclusão precisa alcançar todos os que enfrentam barreiras diárias para viver com dignidade.
O gesto do prefeito é simbólico, mas o que muda a vida das pessoas não é o gesto, é a política
pública. Por isso, reafirmo o que disse na coluna anterior: Cabo Frio precisa de um plano
estruturado, com metas, orçamento e acompanhamento técnico, para garantir inclusão de
verdade.
E mais do que isso, eu criei uma proposta de um projeto de lei no qual eu apresento a criação
da Casa de Acolhimento e Inclusão da Pessoa com Deficiência de Cabo Frio (CAIPCD), um espaço
público multidisciplinar, gratuito e permanente, voltado para o acolhimento, reabilitação e
orientação das pessoas com deficiência física, visual, auditiva, intelectual, múltipla e TEA. Estou
aberto ao diálogo com os atuais vereadores que se interessarem pelo assunto e quiserem colocar
em prática.
Essa é a política que muda realidades e a resposta que a cidade espera.
Como cristão, acredito que servir é cuidar de todos, sem distinção e como cidadão, sigo
fazendo o meu papel que é cobrar, propor e lutar por um governo que olhe por todos.
Porque inclusão não é marketing, é missão.
E missão se cumpre com verdade, planejamento e amor ao próximo.






