A Estratégia de Saúde da Família (ESF) Tereza Vieira Franciscone, no distrito de Figueira, realizou a formatura da primeira turma do Programa de Antitabagismo da unidade. Pacientes acompanhados ao longo dos encontros receberam seus certificados, e dois moradores com mobilidade reduzida foram visitados pela equipe para a entrega em casa.
A psicóloga da unidade, Leila Olivieri Barros, explicou que o processo começa na triagem feita pela enfermeira, que encaminha ao atendimento psicológico aqueles que manifestam desejo de parar de fumar. Segundo ela, muitas vezes o cigarro assume o papel de refúgio emocional, e por isso é necessário compreender primeiro as “questões” mais urgentes de cada paciente.
“A psicologia faz esse levantamento. Às vezes, se colocarmos alguém no programa quando há questões mais sérias que o cigarro, o paciente pode se frustrar. Então avaliamos e, na hora certa, começamos o processo de descondicionamento. Tudo é uma questão de escuta”, disse Leila.
A profissional destacou que a procura pelo programa tem aumentado, impulsionada pelo suporte multidisciplinar oferecido — como o uso de adesivos de nicotina e o acompanhamento com bupe, quando indicado pelo médico.
A porta de entrada para o programa é a Agente Comunitária de Saúde (ACS), que orienta o morador e faz o primeiro encaminhamento para a enfermeira da unidade. A partir dessa avaliação inicial, o paciente segue para o suporte psicológico ou inicia o tratamento com adesivos.
Durante a cerimônia, a paciente Maria de Fátima Neves de Castro compartilhou sua trajetória emocionada, contando como o cigarro funcionava como escape e como a orientação médica e psicológica foi fundamental para sua mudança:
“O cigarro era meu escape. Passei por vários médicos, até ouvir que tratar assim era enxugar gelo. A psicóloga e a equipe me ajudaram a passar por isso”, relatou.
A nora de Maria de Fátima, Railane Aguiar, também agradeceu à equipe pelo acolhimento:
“Ela chegava aqui e era escutada. Quando teve uma recaída, ninguém julgou. Disseram que ela era forte e que conseguiria. Hoje está há cinco meses sem fumar.”
A Secretaria de Saúde reforça que novas turmas do Programa de Antitabagismo seguem em andamento, e os interessados podem procurar a ACS da sua área para obter orientações.






