CABO FRIO PAROU NO TEMPO

Além de não se desenvolver enquanto cidade, ano após ano ela aumenta a desigualdade. Isto acaba sendo bom para alguns grupos políticos que vêem a política como negócio e não como um bem coletivo. Neste cenário de caos a negociação é muito favorável para aqueles que detém o poder em suas mãos, pois a saúde, assistência e emprego passam por eles e poucos ousam enfrenta-los. Nesta geografia do completo caos, grupos políticos vem ganhado forças graças a submissão de um povo acuado pela miséria humano em que foram lançados. Fizeram uma lavagem cerebral na nossa gente onde quem está no poder não pode ser de maneira alguma contrariado, pois eles são os donos da cidade e mandam perseguir estes ou aqueles que ousam tomar tais atitudes.

Mas nem tudo é eterno como eles imaginam que sejam e uma hora novos líderes irão surgir e não me refiro aqui a líderes de conveniências onde bastam alguns agrados para que eles mudem de opinião, se é que um dia tiveram, e se tornem aliados dos provocadores do caos. Eu vejo um despertar do povo Cabo-friense, ainda tímido, mas um despertar. Muitos não vêem esse despertar por uma única razão, estão ocupados demais bajulando seus políticos de estimação sem se atentar para uma novo momento que está se criando e que em questão de tempo virá.

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Eu sou Manoel Atanasio e minha coluna é toda quinta aqui no site da Nossa Rádio!

A SAÚDE PÚBLICA E SEUS DESAFIOS

O desespero e o choro de uma mãe silencia o pronto socorro lotado, ali todos necessitavam da emergência, porém se compadeceram ao ver o estado de saúde da pequena Ruth de 1 ano e 3 meses, a pediatra Annethe Nascimento da Costa num esforço desumano tenta por 4 dias manter a pequena Ruth viva.
Num ato desesperado a médica mobiliza todo o hospital para tentar montar uma UTI IMPROVISADA, tarde demais, a pequena Ruth morre minutos antes.
O atestado de óbito descreve pneumonia e hemorragia só que o resultado do exame de sangue que chegou 15 dias depois do enterro mostra que Ruth teve leishmaniose visceral.
Histórias como a da pequena Ruth se repetem todos os dias pelo Brasil afora e de quem é a culpa?
O Sistema único de Saúde (SUS) é instituído pela Constituição Federal de 1988 e com isto toda população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita, quem conhece a fundo o SUS sabe muito bem que este sistema é bem melhor do que parece, infelizmente na sua criação alguns pontos fizeram e ainda fazem deste sistema algo frágil e de fácil manipulação nas mãos de políticos oportunistas e sem escrúpulos.
Não é somente isto, nossa população tem por hábito só procurar o médico quando já está muito doente, elevando ainda mais os gastos com a saúde.
Toda corrupção é ruim, mas eu acredito que tem corrupções piores do que as outras pelo efeito que elas têm junto as pessoas mais vulneráveis, desvios astronômicos na área da saúde faz com que o já tão baixo orçamento se torne nada, isto é um crime hediondo contra a população, quando se mexe numa verba tão vital esses corruptos estão querendo dizer o seguinte: “essas pessoas não têm o direito de viver…”
Não é somente a corrupção que faz com que a saúde agonize, o desperdício com a compra de remédios que nunca serão usados também engrossam essa conta, particularmente eu fico muito temeroso quando ouço que a verba da saúde irá aumentar, lógico que isto é ótimo, porém será que a verba disponibilizada está sendo usada como deveria?
O nosso País é doente psicologicamente, me refiro que só de pensar em se tratar ou buscar tratamento pela saúde pública as pessoas já adoecem, isto também acontece com diagnósticos errados que fazem com que uma parcela da população faça uma romaria atrás de marcações de exames muitas das vezes desnecessários e muitos morrem não pela doença “supostamente” diagnosticada.
A grande verdade é que os principais fiscais dos recursos públicos somos todos nós, podemos e devemos denunciar qualquer ato claramente ilícito, podemos e devemos explorar a saúde preventiva, devemos e podemos buscar conhecer as verbas destinadas para a saúde de nossa cidade e procurar saber como estes recursos estão sendo gastos, enfim, existe sim uma luz no fim do túnel e mesmo que isto pareça utópico, se cada um contribuir como se deve, talvez consigamos amenizar esse sofrimento e certamente tiraremos a saúde da UTI e a passaremos para a ENFERMARIA.
Eu sou Manoel Atanasio e minha coluna é toda quinta aqui no site da Nossa Rádio.

| Por Manoel Atanásio

E OS OUTROS?

Em qualquer cidade que a desigualdade social seja gritante toda ajuda é bem vinda.  Porém é necessário que se observe se essa ajuda é para amenizar essa desigualdade ou para simplesmente fazer política.
Quando ouvi pela primeira vez sobre a Moeda Social Itajuru, confesso que fiquei feliz, já que iria beneficiar diretamente mais de 12.714 famílias que sobrevivem com até R$ 89,00/mês e outras 2.825 famílias que sobrevivem com até R$ 178,00/mês.

Infelizmente, não foi isto que aconteceu. E até o momento apenas o bairro Manoel Correa foi beneficiado. Detalhe, não foram todas as famílias que tiveram direito, já que o número de cartões oferecidos pela prefeitura não condiz com o número de famílias que se enquadram nos requisitos necessários para receber o benefício.

Se fora do bairro a propagando soa como positiva, não se pode dizer o mesmo de quem vive no bairro, por lá, o descontentamento não é pequeno e as famílias que ainda não foram beneficiadas aguardam por uma data para começar a ter direito.
No meu ponto de vista, o governo se precipitou em oferecer o benefício somente para 500 famílias, pois a insatisfação das quase 15 mil famílias que ficaram de fora neste primeiro momento, já pode ser sentida nas redes sociais.
Outro ponto que se deve levar em consideração é de onde saíra essa verba para custear o programa, já que na sua totalidade o programa deverá atingir a casa dos R$ 3,1 milhões/mês que equivale a mais de R$ 37,2 milhões/ano.
A pergunta que fica é, quando todas as famílias que preenchem os requisitos do programa serão contempladas?
Estarei de olho!
Eu sou o Manoel Atanásio e toda a quinta nos encontraremos por aqui.

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