Na minha última coluna, falamos sobre a importância da luta da classe PDC, algo que já venho buscando compreender mais a fundo, dialogando com pessoas e me integrando cada vez mais, mas hoje quero falar sobre outro tema que também carrego comigo: os nossos jovens. O futuro do nosso país e a geração que precisamos criar para o desenvolvimento da nossa Cabo Frio.
Nos últimos dias, o Rio de Janeiro voltou a viver cenas tristes, com jovens sendo levados por uma realidade dura e cruel. E, quando vejo isso, não consigo deixar de pensar nos jovens da nossa cidade.
Quantos deles estão sendo esquecidos? Quantos talentos estamos perdendo por falta de oportunidade e investimento?
Ninguém nasce bandido, muitos nascem sem chance, sem oportunidade e o pior disso tudo é ver que, mesmo sabendo disso, a juventude continua fora das prioridades do poder público.
Em Cabo Frio, faltam programas de incentivo, espaços de escuta, projetos de capacitação e oportunidades reais de primeiro emprego. Hoje temos alguns projetos apresentados, porém tenho sido muito procurado pela população jovem que me informa que muitos currículos são enviados pelo programa “Emprego já”, porém não são dadas oportunidades de fato pelas empresas para os jovens que querem ingressar no mercado de trabalho.
A prefeitura fala em “futuro”, mas como falar de futuro sem cuidar de quem vai construí-lo?
Não basta inaugurar praças e fazer eventos pontuais, o que precisa é o poder público municipal junto com a juventude ocupar praças, ginásios, associações com projetos contínuos, escolas técnicas ativas, cultura acessível e políticas públicas de verdade.
Enquanto o governo local continuar olhando mais para o marketing do que para a realidade, nossos jovens continuarão sendo empurrados para as estatísticas.
Defender a juventude é empreender e defender o futuro.
É entender que cada jovem que se perde para o crime é também uma falha do Estado e da gestão municipal que fecha os olhos para isso. E lembramos que, só existe estado por conta dos municípios.
Precisamos de ações concretas, de vontade política e, acima de tudo, de sensibilidade.
O que aconteceu no Rio não pode ser só mais uma tragédia distante, tem que ser um espelho para nós.
Cabo Frio precisa acordar antes que seja tarde.
Eu acredito em um futuro em que o jovem da comunidade tenha o mesmo direito de sonhar que o jovem do asfalto. Mas para isso, o poder público precisa parar de fingir que está ouvindo e começar a agir.
Porque acreditar nos jovens é acreditar no Brasil. E em Cabo Frio, o futuro começa quando a juventude deixa de ser esquecida.






