Uma parcela de 49% da população se enquadra em um perfil com “alto” grau de conservadorismo no que diz respeito ao posicionamento em pautas como legalização do aborto, pena de morte, redução da maioridade penal, casamento entre homossexuais e prisão perpétua para crimes hediondos, de acordo com uma pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta segunda-feira (28).
Para realização da pesquisa, fez-se uma bateria de cinco frases, apresentadas de forma aleatória aos entrevistados, o que permitiu que cada um se posicionasse contra, ou a favor de cada uma delas.
Assim, concluiu-se o seguinte nos determinados temas:
Legalização do aborto:
Progressistas são a favor
Conservadores são contra
Pena de morte:
Progressistas são contra
Conservadores são a favor
Redução da maioridade penal:
Progressistas são contra
Conservadores são a favor
Casamento entre homossexuais:
Progressistas são a favor
Conservadores são contra
Prisão perpétua para crimes hediondos:
Progressistas são contra
Conservadores são a favor
Segundo o Instituto, uma das movimentações mais notáveis no índice, desde 2023, é a queda no apoio do casamento homossexual, que vinha mantendo um nível de estabilidade em 44% desde 2021 até 2023. Essa é a primeira vez que o número desce desde então, chegando na casa dos 36%.
O levantamento mapeou ainda os segmentos e os grupos da sociedade civil que mais se identificam com cada pauta. Por exemplo: os que registraram o aumento no conservadorismo com relação ao ano de 2023 são, principalmente, os homens, que avançaram no índice de 0,681 para 0,688.
Além deles, entre os que moram em capitais aumentaram de 0,627 para 0,637 no índice de conservadorismo.
Sobre margem salarial, aqueles que recebem acima de cinco salários mínimos também colaboraram para o aumento desse índice, passando de 0,655 em 2023 para 0,655 em 2025.
Também marcaram um leve avanço aqueles que possuem o ensino superior completo, que foram de 0,626 para 0,629.
Agora, de acordo com os pesquisadores, a queda no índice geral de conservadorismo, registrada em 2025, não se deu de forma uniforme em todos os segmentos da sociedade, mas sim de vários grupos diferentes. Veja:
Brasileiros com 60 anos ou mais: registraram a maior queda no índice, indo de 0,696 para 0,69
Menos instruídos: de 0,683 para 0,646
Renda familiar: os que têm até 1 salário mínimo vai de 0,654 para 0,637; os que recebem de 1 a 2 salários mínimos passa de 0,673 para 0,648
Região Norte/Centro-Oeste: de 0,674 para 0,643
Foram realizadas 2.000 entrevistas entre os dias 3 e 8 de julho para o mapeamento da pesquisa. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Por CNN